Degustar uma boa taça de vinho é quase um ritual, seja para enófilos ou
apreciadores ocasionais da bebida. No entanto, muitas dúvidas ainda pairam
sobre suas qualidades, formas de apreciar e benefícios. Por isso, Joca Ururahy,
sócio-fundador da HouseofWine, desvenda alguns mitos e verdades sobre a bebida.
1-
Vinho é bom para a saúde bucal?
Verdade. A bebida é boa para dentes e gengiva
ajudando a combater as bactérias da boca que podem causar cáries e doenças periodontais.
2- Uma taça de vinho por dia faz bem para a saúde?
Verdade. Estudos comprovam que o consumo de uma
taça de vinho por dia traz inúmeros benefícios como melhora da função cardíaca,
prevenção para complicações cardiovasculares, auxílio na estimulação da
circulação sanguínea, o que mantém a pele mais elástica e vitaminada, além de
reduzir a obesidade e o sobrepeso ao envelhecer. Isso se deve por conta do
Resveratrol, que é uma fitoalexina, encontrada em maior quantidade em vinhos
tintos. Esse antioxidante natural,presente no vinho, tem como propriedade
neutralizar os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento que seria a
oxidação das células da pele. Mas vale lembrar que a diferença entre o veneno e
o remédio é a dose, portanto, é recomendado moderação.
3-
Os melhores vinhos são os mais caros?
Meia-verdade. Não necessariamente. O valor da
bebida se deve por conta da adega ou produtor que criou o vinho, ou seja,
quanto mais prêmios e notoriedade maior o preço da garrafa. Também encarece o
vinho o investimento realizado no processo de fabricação, como os de guarda, que
utilizam barrica de carvalho de primeiro uso para sua fabricação. No entanto,
existem vinhos mais baratos produzidos por produtores não tão conhecidos, com
processos inovadores, que agreguem técnica no processo de envelhecimento, que
conseguem ser tão qualificados quanto os mais caros.
4-
Vinhos que contém no rótulo “Colheita
Selecionada”, “Seleção Especial”, “Reserva” ou que estão em garrafas pesadas
são melhores?
Mito. Tanto no caso da garrafa quanto no
caso das mensagens do rótulo são utilizadas mais como chamariz para atrair o
público do que propriamente um indicador da qualidade da bebida. O que acontece
é que, especialmente no caso do peso, ela pode ser considerada uma estratégia
de marketing para mostrar um produto visualmente mais atrativo, passar uma
nomenclatura que faça o público reconhecer o produto ou política de produção
com aquele estilo de garrafa. Sobre o rótulo, na verdade, ele difere de País
para País, onde possuem denominação de origem mas uma legislação que difere,
como no caso Chile onde o vinho tem que passar tantos meses em barrica para
envelhecer.
5-
Países quentes não produzem vinho?
Mito. O que a uva precisa mesmo é de amplitude
térmica, dias quentes e noites frias para ficar boa. Brasil, Israel e Marrocos são alguns dos
locais que colocam fim a esse mito. O grande diferencial é a produção em terras
áridas que precisam de uma boa irrigação para dar bons vinhos.
6-
Os melhores vinhos estão vedados em
rolha de cortiça?
Meia-verdade. É inegável que abrir uma garrafa de
rolha de cortiça é quase um ritual sagrado para os enófilos, mas isso não
significa que os vinhos vedados desta forma são melhores. Os produtores de
vinho buscaram alternativas que não interferissem na qualidade e que fosse
sustentável, no caso, a tampa de rosca (screwcap).Um dos motivos é o TCA
(tricloroanisol) um defeito que ocorre nas rolhas de cortiça quando atacadas
por um fungo que provoca aromas desagradáveis na bebida. No entanto,estudos
comprovam que a tampa de rosca (screwcap) possui vedamento melhor que a rolha,
por isso, é mais recomendada para vinhos mais jovens, para consumo rápido. Já a
rolha é mais indicada para vinhos mais envelhecidos por conta da micro
oxigenação, que faz a bebida evoluir.
7-
Vinho branco é produzido com recursos
de outras uvas, além da branca?
Verdade. A bebida pode ser produzida
com uvas tintas, isso porque, a parte da uva que dá cor ao vinho é a
casca. Basta no processo de maceração quando é extraído o suco da
fruta, que é incolor, a casca não ficar em contato com o
líquido e o resultado será um vinho branco.
8-
Qualquer vinho pode ser envelhecido?
Mito. A frase “Quanto mais velho melhor”
nem sempre pode ser aplicada. Atualmente, são poucos os vinhos que se aprimoram
com o tempo na adega, a maioria deve ser consumida de dois a cinco anos. Os
pilares para um bom envelhecimento são os taninos, acidez e a fruta. Normalmente,
são os vinhos tintos de grandes vinícolas ou os Premium que ganham qualidades
com o tempo.
9-
Vinho tinto deve ser ingerido em
temperatura ambiente?
Mito. Cada vinho tem sua temperatura
ideal, portanto, não existe uma regra. Uma sugestão é quanto mais fresco mais
gelado deve ser servido, assim como, ingeri-lo na temperatura ambiente se for
mais encorpado. A indicação é consumir espumantes de 4° a 6°, brancos de 8° a 10° e tintos 15° a 18°.
10- A melhor forma de armazenar um vinho é através de caves?
Mito. O importante ao armazenar um vinho
é não ter incidência de sol, além de o local não ter grandes variações de
temperatura e umidade. A alternativa para quem busca ter a bebida em casa são
as adegas que podem ser das mais simples até as mais elaboradas. No caso,
algumas funcionam como reguladores de temperatura externa, as do tipo
“geladeira” com regulagem mais precisa e termostato mais fiel é as que fazem
controle de temperatura e umidade, mais indicada para os vinhos chamados de
guarda, auxiliando a rolha a ficar em condições apropriadas para manter o
líquido perfeito ao longo dos anos.
11. O vinho pode ser falsificado?
Verdade. O vinho pode ser adulterado de duas
formas, através da re-rotulagem, que consiste em tirar o rótulo de um vinho de
renome e colocar em um outro qualquer com uma garrafa similar, e, reciclagem,
que é manter toda a identidade de um vinho de qualidade (garrafa, rótulo)
apenas preenchendo a mesma com um líquido de qualidade inferior.
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